sexta-feira, 12 de junho de 2009

Victor Hugo, o humano


Houve um tempo em que ser humano era uma coisa simples. Victor Hugo deixou um legado literário do que vem a ser um ser humano. Podemos dizer que no final do século XIX, ser humano era ser um personagem de Victor Hugo. E por esse motivo não falarei disso neste post. Vou abordar os aspectos de sua literatura que mais me agradam a título de introdução ao seu pensamento.

Victor Hugo é acima de tudo um romântico, talvez o maior deles, e por isso seus textos tem uma compreensibilidade para todas as pessoas que é fenomenal. As motivação de todos os personagens são absolutamente compreensíveis. Bater na tecla da compreensibilidade parece redundante mas uma das características mais importantes de um autor é sua capacidade de se comunicar com seu público, de dizer o que pretende dizer de forma que isso seja compreendido. Contudo, isso é dever de casa, é o que todos devem ter. Victor Hugo escreve com tamanha intimidade com o leitor que qualquer coisa que ele escreva será boa. Pode até ser desinteressante como uma longa descrição dos esgotos de Paris bem no meio do clímax do livro, mas ninguém pode dizer que não seja a melhor dissertação sobre os esgotos de Paris jamais escrita.

As características românticas ficam bem definidas em sua obra de uma maneira magistral. O homem é sempre o centro da ação, mesmo em seu romance “Os trabalhadores do Mar”, que eu considero mais naturalista, ou seja, onde a natureza tem um papel protagonista, subsiste talvez o seu homem mais romantizado, podemos dizer: o ideal de homem para Victor Hugo.

Por outro lado, talvez ele tenha sido o último grande romântico, já que não faltavam em seus textos as cruezas de um realismo que viria a ser a tônica da geração seguinte de grandes escritores. Mas isso não reduz seu romantismo, muito pelo contrário, o torna ainda mais romântico na medida em que coloca seus colossos românticos num mundo real, num meio onde jamais imaginaríamos encontrar nobreza, honra, coragem, fidelidade e glória. Ideais há muito esquecidos e quem sabe nunca alcançados pelo homem.

Um comentário:

  1. Cássio,

    Adorei essa exposição sobre Vitor Hugo, acho que ela pode ser muito útil. Mas há alguns erros de digitação no texto.

    Posso me oferecer para ser seu revisor? Me inclua na lista de autores do blog e eu editarei e corrigirei o que for preciso nos seus posts.

    Abraço carinhoso

    Janos

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