sábado, 27 de junho de 2009

Hemingway o parisiense


É sempre um prazer ler um bom livro. E se o livro é de Ernest Hemingway, o prazer é redobrado. E se o livro fala de Paris ,estamos nos aproximando perigosamente de um lugar na linguagem que só pode ser descrito por um "Ernest Hemingway". É precisamente isso que ocorre com esse livro magnífico: "Paris é uma festa". Esse livro descreve como nenhum outro um período estranho da vida do autor e da história do mundo em que vivemos. Um tempo de virada de maré na história a que tristemente estamos acorrentados.

Acabei de terminar de ler e devo confessar que a tranquilidade com que ele escreve e a maneira precisa e cortante com que ele aborda qualquer assunto, desde uma guerra até sua própria vida doméstica, com uma riqueza de detalhes sem par - porém, sem ser prolixo - faz dele sem sombra de dúvida o melhor escritor americano de todos os tempos. Hemingway é um escritor absurdo, é um gigante das pequenas coisas é um mestre da aquarela literária.

De uma certa forma e num sentido estranho, ele é um escritor realista, um sujeito que começou como jornalista e enfim se voltou para o que é realmente importante, o que vai além da notícia do dia, e de fato cria todas as notícias: o interesse humano e sua complexa simplicidade. Porém, o realismo de Hemingway é permeado de uma luz... é bem isso. Uma luz brilhante num céu de baunilha numa primavera amena.

Para finalizar, uma das pérolas do livro: A inocência é a mãe dos piores pecados.

Um comentário:

  1. Adoro Hemingway, mesmo tendo lido só seu O velho e o mar. E por falar em escritores bons, indico a você um filme que vi ontem: Pergunte ao pó, de Robert Towne. O roteiro conta a história de um escritor que quer ser famoso. Juntamente com isso, delírios apaixonantes que vale a pena serem vistos.
    Todo escritor, no fundo, tem uma alma incompreendida... espero que goste... aliás, gostei mto do seu texto. Só falta ler mais um pouco desse Hemingway tão bom!

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